A presidente da ASNAB, Dóris Cerqueira, manifestou preocupação com o destino dos empregados da Conab que trabalham nas unidades armazenadoras que tiveram e que terão suas atividades encerradas.

Durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10), Dóris afirmou que muitos empregados estão sendo transferidos para trabalhar a muitos quilômetros de onde moram, o que tem um grande impacto na vida dessas pessoas.

Dóris também cobrou um cronograma do que ocorrerá com os trabalhadores e lembrou que o plano de reestruturação dos armazéns não foi discutido com os empregados.

“O trabalho foi apresentado pronto para os empregados, não houve discussão com a associação de classe. O que nos preocupa muito é o fechamento e transferência de colegas a mais de 600 km de suas residências, locais onde moram há mais de 30 anos. Em um primeiro momento a Conab está realocando, mas não sabemos o destino do futuro fechamento das próximas unidades”, afirmou.

A audiência da comissão discutiu o processo de desmobilização de 27 unidades armazenadoras da Conab.

Após o questionamento, o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Bruno Scalon Cordeiro, afirmou que há preocupação com o destino dos empregados e que não há risco de demissão desses funcionários.

Segundo Cordeiro, quando o armazém é fechado os empregados devem solicitar a transferência para qualquer outra unidade da Conab.

No final de reunião, os deputados Célio Moura (PT-TO) e Frei Anastácio Ribeiro afirmaram que vão preparar um documento para solicitar à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para que suspendam o fechamento das unidades.

Histórico

No dia 23 de maio a Conab informou que encerrará as atividades de 27 unidades armazenadoras. Esse fechamento faz parte da modernização da Conab, que prevê uma menor atuação do governo nos locais onde o setor privado tem maior presença no mercado. Com isso, 27 Unidades Armazenadoras devem ser desligadas da rede. Do total, 13 estão na região Centro-Oeste, sendo Goiás e Mato Grosso do Sul os estados que terão a maior quantidade fechada, com 5 e 6 unidades, respectivamente. Nas outras regiões serão 5 unidades do Sudeste, 4 do Norte, 3 do Nordeste e 2 do Sul.

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